Economia

Actual situação económica  

A economia de Cuba restabeleceu-se lentamente da recessão provocada pela retirada dos subsídios da antiga União Soviética (cerca de 4 a 6 bilhões de dólares anuais entre 1989 e 1993), o que representou uma perda de pelo menos, 35% relação ao pico de seu PIB de então,. Esta quebra causou graves problemas de abastecimento e provocou a necessidade de  racionamentos (entre 1989 e 1993) anos de grandes privações para todos,foi  chamado de "Período Especial". As importações feitas por Cuba caíram de US$ 8,1 bilhões em 1989 para US$ 3,5 bilhões em 1991. Só agora o padrão de vida dos cubanos está a retomar aos níveis do final dos anos 80.              No entanto o índice de pobreza de Cuba era o sexto menor em 2004, dentre os 102 países em desenvolvimento pesquisados pela a Pnud, organismo da ONU.                                                                                                              Cuba, passou a ficar dependente unicamente do turismo, da exportação de charutos e de níquel para sobreviver, mas desenvolveu um forte sector de saúde, que sendo pesquisas efectuadas poderá  transformar a economia do país. Dados do Ministério da Saúde, indicam que a indústria do turismo será superada em breve pelas empresas de biotecnologia, de exportações de vacinas e pelo fornecimento de serviços de saúde para outros países.

Agropecuária: cana-de-açúcar, tabaco, banana, café, frutas cítricas, arroz, legumes e verduras.

Biotecnologia: vacinas, interferon, enzimas industriais farmacêuticas, kits de diagnóstico da dengue e do streptococo do grupo B, células tronco. A biotecnologia cubana dispõe atualmente de 38 produtos registrados comercializados em mais de 45 países enquanto o país impulsiona projetos de vacinas terapêuticas, algumas em fase avançada como as da Hepatite C e câncer de próstata.

Mineração: níquel, cromita, ferro, manganês, barro vermelho e pedra calcária. (Cuba detém os maiores depósitos de níquel do mundo, cerca de 34% das reservas mundiais.)

Indústria: açúcar refinado, charutos e cigarros, cimento, fertilizantes, rum, tecidos, tijolos e telhas, industria farmacêutica e biotecnologia.

Exportação: níquel, açúcar refinado, rum, tabaco, charutos e cigarros.

Moeda: peso cubano.

Exportação:

Os principais e tradicionais produtos de exportação de Cuba são:

  • Açúcar e seus derivados
  • Níquel – mais de 71,4 mil toneladas de níquel + cobalto por ano
  • Charuto – mais de 248,9 milhões de unidades por ano.
  • Café
  • Cimento
  • Rum

 

Entre os produtos não tradicionais de exportação de Cuba que foram duplicadas no período 1996-2000 estão:

  • Cítricos frescos industrializados
  • Aço
  • Produtos de biotecnologia
  • Produtos médicos farmacêuticos
  • Minérios
  • Óleos.

 

O valor das exportações cubanas atingiram, em 2006, 2.956 milhões de dólares (FOB), e assim de distribuíram: Canadá 18.5%, Holanda 18.5%, China 16%, Bermudas (paraíso fiscal, englobando possíveis re-exportações) 14.1%, Espanha 5.1% (2006). O turismo está a  crescer aceleradamente e já representa 12% do PIB cubano, gerando 40% de suas divisas cambiais.

O embargo comercial imposto a Cuba pelos Estados Unidos, desde 1962, dificulta enormente a expansão do comércio exterior cubano. Apesar disso Cuba tem conseguido atrair investimentos estrangeiros. Grandes investimentos têm sido feitos nas áreas de turismo, energia e telecomunicações; a União Européia é responsável por cerca da metade dos investimentos estrangeiros feitos em Cuba.

PIB – Produto Interno Bruto:

 

Ano e peso, respectivamente em milhões de dólares, do período de 1994 à 2006:

  • 1994 – 20.296
  • 1995 – 20.986 
  • 1996 – 22.812 
  • 1997 – 23.565 
  • 1998 – 23.871 
  • 1999 – 25.494 
  • 2000 – 26.896 
  • 2001 – 27.694 
  • 2002 – 28.118 
  • 2003 – 28.948 
  • 2005 – 37.240 (Estimado. Equivalência de poder aquisitivo – não comparável com os anos anteriores) U. S. Department of State, Bureau of Western Hemisphere Affairs, May 2007
  • 2006 – 46.220 (Estimado. Equivalência de poder aquisitivo – CIA – The World Factbook: Cuba, 2007
  • 2007 – 51.110 (2007 est.) Equivalência de poder aquisitivo – CIA – The World Factbook: Cuba, 2007

 

Produto Interno Bruto per capita:

Comparativa histórica da Renda per capita de Cuba com outros países do Caribe, basado em World Population, GDP and Per Capita GDP, 1-2003 AD.

Ano e peso, respectivamente em dólares, do período de 1994 à 2006:

  • 1994 – 1.872
  • 1995 – 1.926
  • 1996 – 2.085
  • 1997 – 2.140
  • 1998 – 2.16
  • 1999 – 2.300 
  • 2000 – 2.416 
  • 2001 – 2.477
  • 2002 – 2.504
  • 2003 – 2.569 
  • 2004 – 3.059 Equivalência de poder aquisitivo – não comparável com os anteriores
  • 2005 – 3.300 Equivalência de poder aquisitivo – só comparável com 2004-07
  • 2006 – 4.100 Equivalência de poder aquisitivo – só comparável com 2004-07 The World Factbook: Cuba, 2007, CIA
  • 2007 $4,500 (2007 est.) Equivalência de poder aquisitivo – só comparável com 2004-07 The World Factbook: Cuba, 2007, CIA.

 

Cuba está entre os 70 países do mundo que ostentam um alto Índice de Desenvolvimento Humano (acima de 0,800); em 2007 o IDH de Cuba foi 0,838 (51° lugar). Na América Latina, em 2007, só ficou aquém do Chile (40º lugar), Uruguai (46º) e Costa Rica (48º). O maior gasto, poporcional ao PIB, do mundo com educação pertence a Cuba (8,96% do PIB), seguida da Dinamarca (8,51% do PIB) e Suécia (7,66% do PIB).

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Fig. Comparativa histórica da Renda per capita de Cuba com outros países do Caribe.

Moeda:

 

Três moedas circulam em Cuba: o dólar, o peso conversível (cotado cerca a de 1,20 pesos por dólar) – e que é utilizado em lojas especiais para turistas, que vendem em dólar, à taxa de um peso conversível por dólar – e o peso tradicional (26 pesos por dólar) utilizado para o pagamento dos salários e para a compra de mercadorias no mercado interno, tais como aluguéis, luz, telefone, roupas e alimentos, etc.

Salários em Cuba:

Os salários em Cuba devem analisados em termos de "equivalência de poder aquisitivo", método recomendado hoje em dia até pela CIA para estudar a economia cubana. Muito se comenta sobre os baixos  salários em Cuba, os salários são aparentemente irrisórios quando convertidos em dólares norte-americanos ao câmbio do  turismo. Mas esse método é incorrecto. Para uma  análise correta dos salários cubanos é preciso ter em atenção para o que o salário pode efetivamente comprar em Cuba, não em Nova York; ou seja, qual é a real relação salário-aquisição de bens e serviços para o povo cubano. Por exemplo: uma cesta básica para uma família de 4 pessoas (inclui um filho menor de 7 anos) e contendo arroz, açúcar, café, pão, leite, batata, custa em Cuba 3 dólares nos EUA custa 138 dólares; o aluguer mensal de uma casa em Cuba custa entre 1 a 2 dólares; em Cuba a educação e a assistência médica são totalmente gratuitas, e os cubanos não pagam impostos.

Na realidade, hoje existe uma dualidade na economia cubana. A actividade económica gira  em torno do dólar, do peso conversível (cada peso vale um dólar) e do peso não conversível. O dólar e o peso não conversível são adoptados no livre comércio. O peso não conversível é utilizado para o pagamento dos salários dos cubanos e para a compra de produtos básicos consumidos pela sua população.

Turismo:  –

O turismo em Cuba teve um enorme crescimento desde 1989. Em 1990, Cuba recebeu a visita de cerca de 342 mil turistas estrangeiros, e dispunha de aproximadamente 12 mil apartamentos de hotel adequados ao turismo internacional. Em 1999 Cuba já recebeu 1,6 milhão de turistas, o que representou um crescimento médio anual de 19% no número de visitantes durante a década de 90, e já contava com 32.260 apartamentos de hotel de classe internacional. Em 2003 Cuba recebeu 1,9 milhões de turistas, que geraram US$ 2 bilhões em receitas. Em 2005 Cuba recebeu seu recorde de 2,3 milhões de turistas, o que representou um incremento de 13,2% em relação a 2004. Em 2006 a receita com turismo bateu o recorde, atingindo US$ 2,4 bilhões, mas houve uma pequena queda no número de visitantes, que somaram 2,2 milhões. Em 2007 o Ministro do Turismo, Manuel Marrero, divulgou uma série de medidas tomadas para tornar o turismo cubano mais competitivo no Caribe.

O investimento no sector  turistíco foi uma das formas encontradas para contornar a crise económica, e hoje é a principal fonte de divisas do país. Estimativas feitas pela World Tourism Organization indicam que, caso tivesse sido levantado o embargo norte-americano, em 2007 cerca de 4 milhões de turistas poderiam ter visitado Cuba, representando uma fatia de mercado de 15,9% do turismo na região do Caribe. Esse turismo poderia gerar uma receita directa de de US$ 7,5 bilhões, e geraria uma produção adicional, no resto da economia cubana, de US$ 7,650 milhões. Este  sector dá emprego a cerca de 268.000 cubanos, sendo 138.000 em empregos directos (dos quais cerca de 20% de nível universitário), e 130.000 indirectos.

Biotecnologia:

 

Cuba tem feito  grandes progressos na área de biotecnologia, principalmente desde a dácada de 90,  tendo obtido registro de suas patentes e direitos da sua exploração comercial nos EUA. A sua  vacina contra hepatite B é vendida em 30 países do mundo. Em 1994, o ingresso de divisas em Cuba através da exportação de biotecnologia alcançou a cifra de 400 milhões de dólares e estima-se que no futuro poderá ser maior que a do açúcar.

A biotecnologia cubana já gerou mais de 600 patentes para drogas novas e inovadoras como vacinas, proteínas recombinantes, anticorpos monoclonais, equipamento médico com software especial, e sistemas de diagnósticos. Cerca de sessenta outros produtos estão nos estágios finais de pesquisa, não existe dúvida de que Cuba desenvolveu uma admirável capacidade de pesquisa científica.

Com a crise iniciada em 1989 – e até 2004 – o país sofreu muito com a falta crónica de eletricidade, devido à insuficiência de recursos financeiros do estado cubano para modernizar e ampliar as suas termoelétricas e suas linhas de transmissão, carentes de expansão para atender ao crescimento da demanda de energia elétrica, que aumenta, em média, 7% ao ano. Os apagões foram uma constante na vida do povo cubano. Como declarou Achim Steiner, director executivo do Programa de Meio-Ambiente das Nações Unidas, em 2007: " Cuba conseguiu resolver seu frustrante problema de falta de energia elétrica, sem para isso sacrificar seu empenho de longo prazo em promover o uso de combustíveis inofensivos ao meio ambiente". (…) "A rede elétrica cubana ainda depende muito dos ineficientes reatores a gás e dos poluentes geradores movidos a diesel, mas o governo comunista está a tomar medidas importantes no sentido de desenvolver energia solar e energia eólica, bem como energia gerada por etanol da cana de açúcar."

No início de 2007 o governo cubano alterou esta situação colocando em operação 4.158 novos geradores a diesel, que custaram US$ 800 milhões e têm capacidade total de gerar 711.811 kW, como uma medida emergencial para reduzir os apagões.

 

 

 

Links:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Cuba#Economia, captado em 20 de junho de 2008

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